phreak, invasão telefônica:
Phreaking é um termo que se refere a um tipo de hacking que tem como alvo o sistema telefônico. Os phreakers utilizam técnicas e ferramentas para explorar vulnerabilidades no sistema telefônico com o objetivo de obter acesso não autorizado a recursos telefônicos, como chamadas de longa distância, serviços premium ou até mesmo informações confidenciais.
Origem do phreaking
O phreaking surgiu na década de 1970, quando um grupo de hackers, liderados por John Draper, também conhecido como Captain Crunch, descobriu uma maneira de explorar uma vulnerabilidade em um apito que vinha junto com uma caixa de cereal Cap'n Crunch. Esse apito emitia um tom de 2600 Hz que era usado para indicar ao sistema telefônico que a chamada havia sido concluída e que o usuário poderia discar novamente. Quando o apito foi usado em um telefone, ele produzia o tom de 2600 Hz, permitindo que os phreakers obtivessem acesso a recursos telefônicos premium.
Técnicas de phreaking
Desde então, os phreakers desenvolveram diversas técnicas e ferramentas para explorar vulnerabilidades no sistema telefônico. Algumas dessas técnicas incluem:
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Blueboxing: Uma técnica que permite aos phreakers obter acesso a recursos telefônicos internacionais gratuitos. Isso é feito simulando o sinal de discagem em um telefone, que é usado para indicar ao sistema telefônico o número para o qual o usuário deseja ligar. Os phreakers usam um tom de 2600 Hz para simular o sinal de discagem, permitindo que a chamada seja encaminhada diretamente para o sistema de comutação internacional.
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Redboxing: Uma técnica que permite aos phreakers obter acesso a recursos telefônicos premium sem pagar por eles. Isso é feito usando um aparelho eletrônico que emite o tom de discagem do telefone para simular a inserção de moedas. Quando a chamada é encaminhada para o sistema de comutação, ele reconhece o tom como uma inserção de moedas válida, permitindo que a chamada continue sem pagar.
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Phreaking de linha: Uma técnica que permite aos phreakers interceptar e gravar chamadas telefônicas. Isso é feito usando um dispositivo que é conectado à linha telefônica e que permite que o phreaker escute e grave as chamadas.
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Phreaking de voz: Uma técnica que permite aos phreakers manipular ou falsificar a identificação de chamadas (Caller ID) ou a voz do usuário. Isso é feito usando software ou hardware para alterar o tom de voz ou o número de telefone que aparece no identificador de chamadas.
Consequências do phreaking
O phreaking é considerado ilegal em muitos países, pois viola as leis de telecomunicações e pode causar danos econômicos às empresas de telefonia. Além disso, os phreakers podem usar as informações obtidas para cometer crimes, como fraude ou chantagem.
As consequências do phreaking podem ser graves e variadas, dependendo do nível de invasão e danos causados pelo ataque. Algumas das possíveis consequências incluem:
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Sanções legais: O phreaking é considerado um crime em muitos países e pode levar a sanções legais. As penalidades podem incluir multas, prisão e outras punições, dependendo da gravidade do ataque e das leis do país em questão.
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Danos financeiros: Os ataques de phreaking podem resultar em danos financeiros significativos para as vítimas. Isso pode incluir cobranças indevidas em suas contas telefônicas, perda de dados ou até mesmo a interrupção dos serviços.
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Prejuízos à reputação: Se uma empresa sofre um ataque de phreaking, isso pode ter um impacto negativo em sua reputação e na confiança dos clientes em seus serviços. A empresa pode ser vista como insegura ou pouco confiável, o que pode levar à perda de negócios.
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Risco de segurança: O phreaking pode representar um risco significativo à segurança de uma organização, permitindo que os invasores acessem sistemas e dados confidenciais. Isso pode levar a violações de privacidade, roubo de informações sensíveis ou até mesmo danos físicos, dependendo do setor em questão.
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Impacto na produtividade: Se uma empresa sofre um ataque de phreaking, isso pode resultar em interrupções nos serviços e na perda de produtividade. Os funcionários podem ter que gastar tempo e recursos para lidar com os efeitos do ataque, em vez de se concentrarem em suas tarefas diárias.
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Danos à infraestrutura: O phreaking também pode ter um impacto negativo na infraestrutura de comunicações de uma empresa. Os ataques podem danificar os equipamentos de telecomunicações e levar a interrupções no serviço, o que pode ser especialmente problemático para empresas que dependem fortemente da tecnologia de comunicação.
No entanto, o phreaking também foi um precursor do hacking de computadores e ajudou a desenvolver técnicas e habilidades que foram usadas posteriormente em outros tipos de hacking.
Os primeiros phreakers eram pessoas que estavam interessadas em explorar e entender a complexidade dos sistemas telefônicos. Eles criavam e compartilhavam técnicas para enganar os sistemas de cobrança e para acessar recursos telefônicos restritos. Para isso, utilizavam ferramentas simples, como gravadores de áudio e aparelhos telefônicos modificados, que permitiam o controle de linhas telefônicas.
Essas técnicas pioneiras foram fundamentais para o desenvolvimento do hacking de computadores, pois muitos phreakers acabaram migrando para essa área. O phreaking ajudou a desenvolver habilidades importantes, como a compreensão de sistemas complexos e a capacidade de encontrar vulnerabilidades em sistemas de segurança. Essas habilidades foram posteriormente aplicadas em sistemas de computadores.
Além disso, o phreaking contribuiu para o surgimento da cultura hacker, que valoriza a exploração de sistemas e a liberdade de acesso à informação. Essa cultura foi influenciada pelas primeiras comunidades de phreakers, que se organizavam em grupos para compartilhar conhecimento e para realizar atividades que desafiavam as normas.