CCITT X seriesCCITT, série X:

CCITT X series (ou série X) é um conjunto de recomendações adotadas pela ITU-T (International Telecommunication Union Telecommunication Standardization Sector) e pela ISO (International Organization for Standardization) para a padronização de equipamentos e protocolos usados em redes de computadores de acesso público e privado. A série X abrange várias recomendações que são referências para o desenvolvimento de soluções de comunicação em rede, incluindo a X.25, X.200, X.400, X.445 e X.500.

A necessidade de padronização de protocolos e equipamentos de comunicação teve início nos anos 60, quando a interconexão de computadores se tornou uma necessidade em empresas e universidades. Na época, a tecnologia de comunicação era baseada em circuitos telefônicos dedicados, o que tornava o acesso caro e limitado. Com a evolução da tecnologia, surgiram as redes de comutação de pacotes, que possibilitaram uma maior eficiência e redução de custos.

 

Abaixo, descrevemos em detalhes algumas das séries mais conhecidas:

  1. X.25: Esta série define o protocolo de acesso à rede, a camada física e a camada de enlace de dados. O protocolo de acesso à rede X.25 foi criado para lidar com as dificuldades do acesso à rede de pacotes. Ele usa técnicas de controle de erro para garantir a entrega confiável de dados, mesmo que alguns pacotes sejam perdidos durante a transmissão.

    A camada física do X.25 define as especificações para a transmissão de bits na rede. A camada de enlace de dados é responsável pela transferência confiável de dados entre dois dispositivos conectados à rede. Ela fornece serviços de controle de fluxo e correção de erros.

    Os principais benefícios da série X.25 são a eficiência no uso de recursos da rede, a confiabilidade e a segurança. No entanto, ela é relativamente lenta e tem limitações na taxa de transferência de dados, o que a torna menos adequada para redes modernas de alta velocidade.

    Em resumo, a série X.25 estabeleceu a base para a criação de redes de comutação de pacotes e foi amplamente utilizada durante as décadas de 1970 e 1980. Ela desempenhou um papel fundamental na evolução da tecnologia de rede e continua a ser relevante em algumas aplicações especializadas, embora tenha sido em grande parte substituída por tecnologias mais rápidas e modernas.

  2. X.200: Esta série de recomendações documenta um conjunto de protocolos em sete camadas, conhecido como modelo OSI (Open Systems Interconnection), para padronizar as conexões entre computadores. O modelo OSI divide o processo de comunicação entre computadores em camadas, permitindo que cada camada lide com uma função específica e independente das outras.

    O modelo OSI é uma abordagem de sete camadas para padronizar a comunicação entre diferentes sistemas de computador. Cada camada desempenha uma função específica, com a camada inferior fornecendo serviços para a camada superior.

    As sete camadas do modelo OSI são:

    1. Camada Física: Lida com a transmissão de dados brutos por meio de um meio físico, como um cabo ou fibra óptica.

    2. Camada de Enlace de Dados: Define como os dados são empacotados e enviados para a camada física.

    3. Camada de Rede: Responsável pela entrega de dados do remetente ao destinatário por meio de uma rede.

    4. Camada de Transporte: Gerencia a transferência de dados entre os processos de aplicativos em diferentes dispositivos.

    5. Camada de Sessão: Estabelece, gerencia e termina as conexões entre aplicativos.

    6. Camada de Apresentação: Lida com a formatação, compressão e criptografia dos dados.

    7. Camada de Aplicação: Fornece serviços para aplicativos de software.

  3. X.400: Esta série de recomendações documenta o formato na camada de aplicação OSI para mensagens de correio eletrônico enviadas através de redes Ethernet, X.25 e TCP/IP. Ela define um padrão para o envio de mensagens de correio eletrônico entre sistemas diferentes, incluindo sistemas em diferentes redes e diferentes países. O X.400 também inclui recursos para garantir que as mensagens sejam entregues corretamente e de forma segura.

  4. X.445: Esta recomendação, também conhecida como Asynchronous Protocol Specification, padroniza o formato na camada de aplicação OSI para mensagens de correio eletrônico enviadas através de redes Ethernet, X.25 e TCP/IP. A série é composta por várias recomendações que detalham os protocolos e formatos necessários para permitir a troca de mensagens de correio eletrônico entre diferentes sistemas e redes.

    Entre as principais recomendações da série X.400 estão:

    1. X.402: Esta recomendação estabelece a estrutura geral para as mensagens X.400, incluindo o cabeçalho, o corpo da mensagem e o rodapé. O cabeçalho inclui informações como o remetente, destinatário, assunto e prioridade da mensagem.

    2. X.404: Esta recomendação descreve o formato das mensagens de correio eletrônico em detalhes, incluindo as regras para formatação de cabeçalhos e corpos de mensagem.

    3. X.411: Esta recomendação detalha os procedimentos para entrega de mensagens X.400 entre diferentes sistemas e redes. Inclui informações sobre o roteamento da mensagem, autenticação do remetente e manuseio de mensagens com falha na entrega.

    4. X.420: Esta recomendação especifica os formatos para endereços de correio eletrônico em sistemas X.400.

    5. X.430: Esta recomendação estabelece as regras para a interação entre sistemas X.400 e sistemas de correio eletrônico baseados na Internet, incluindo a necessidade de gateways para traduzir as mensagens entre os diferentes formatos.

    A série X.400 tem sido amplamente utilizada em redes governamentais e empresariais, especialmente na Europa e na Ásia. No entanto, sua complexidade e falta de interoperabilidade com sistemas de correio eletrônico baseados na Internet levaram a uma diminuição de sua adoção nos últimos anos.

  5. X.500: Esta série de recomendações padroniza os protocolos usados em sistemas cliente/servidor para manter e acessar diretórios de usuários e recursos. Essa série foi criada em 1988 e é considerada uma das primeiras abordagens para a padronização de serviços de diretório.

    A X.500 descreve um modelo de diretório hierárquico, que é semelhante a uma árvore, onde cada nó é um objeto de diretório. O diretório é uma coleção de informações organizadas em objetos, que podem ser usuários, grupos, dispositivos, serviços, entre outros. Cada objeto tem um nome único dentro do diretório, que é uma sequência de identificadores de nome distinto (DN), que identificam o caminho até o objeto.

    As recomendações da série X.500 incluem o seguinte:

    • X.501: Descreve a arquitetura de diretório, incluindo definições de objetos e atributos, regras de nomenclatura, formato de mensagens e serviços de diretório.
    • X.509: Define o formato de certificados digitais para autenticação, que é amplamente utilizado em sistemas de segurança na Internet. O certificado contém informações sobre a identidade do usuário ou dispositivo e é assinado por uma autoridade de certificação confiável.
    • X.520: Define atributos para objetos de diretório relacionados a pessoas, como nome, endereço, telefone, e-mail, entre outros.
    • X.521: Define atributos para objetos de diretório relacionados a grupos, como nome, descrição, membros, entre outros.
    • X.525: Define um protocolo para acessar diretórios remotos em um sistema cliente/servidor.

    A série X.500 teve um impacto significativo na padronização de serviços de diretório. Ela foi utilizada como base para a criação de outros serviços de diretório, como o LDAP (Lightweight Directory Access Protocol), que é amplamente utilizado na Internet para acesso a diretórios. Além disso, ela também é utilizada em soluções de segurança de rede, como a autenticação de usuários e dispositivos.